A agência Young and Rubicam foi contratada pela General Foods quando tinha apenas 1 ano de existência. Deverá uma grande empresa contratar uma agência de publicidade que ainda está a dar os primeiros passos, ou será um risco muito grande? O que pensavam os grandes publicitários do século XX? Já depois de se ter reformado, John Orr Young, um dos fundadores da Young and Rubicam, deu este conselho às empresas que procuravam uma agência (1948):
Quem tiver a sorte de encontrar jovens dotados de uma energia e de uma ousadia que os leve a descobrir negócios por si próprios, irá ter ao seu serviço uma qualidade de valor incalculável. É fácil deixar-se seduzir por quilómetros de secretárias, departamentos e outros acessórios característicos das grandes agências. Mas o que verdadeiramente conta é a motivação da agência, o seu poder criativo. Alguns dos maiores sucessos publicitários foram conseguidos por anunciantes que beneficiaram do estímulo, ambição e energia de uma organização publicitária que lutava para construir uma reputação. Estes grandes anunciantes esforçaram-se por conseguir os serviços de uma agência num mercado em crescimento, quando estes ainda usavam ‘fatos de trabalho’ ou quando ainda não tinham ‘gordura’. David Ogilvy acreditava que uma agência de publicidade típica possuía um ciclo de vida, desde o nascimento até à morte, passando pelas fases de crescimento e depois pelo declínio (1963): De x em x anos aparece uma grande agência de publicidade. Nasce com ambição, vontade de trabalhar arduamente e repleta de dinamismo. Consegue roubar clientes a agências mais antigas e complacentes. Faz um excelente trabalho. Os anos vão passando. Os seus fundadores enriquecem e ficam cansados. O fogo criativo extingue-se. Tornam-se vulcões extintos. A agência pode continuar a prosperar. O seu impulso original ainda não se apagou. Tem contactos poderosos. Mas cresceu demasiado. Faz campanhas rotineiras e aborrecidas, baseadas nos antigos êxitos. A decadência instala-se. A ênfase é posta nos serviços laterais para esconder a falência criativa da agência. Neste momento, começa a perder clientes para agências novas e enérgicas, ‘upstars’ implacáveis que trabalham arduamente e se servem de todo o seu dinamismo para criar anúncios. Todos nós podemos nomear agências famosas que estão atualmente moribundas. Os rumores desmoralizantes correm nos seus corredores muito antes da verdade chegar aos ouvidos dos clientes. |
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Junho 2015
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"Quanto mais informativo é o anúncio publicitário, mais persuasivo se torna" David Ogilvy
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