Publicidade. Anos 60. Álcool e cigarros. Adultério e machismo. Estes são alguns dos ingredientes da série da AMC, premiada com quinze Emmys e quatro Globos de Ouro. Começa, já no próximo mês, a segunda parte da sétima (e última) temporada de Mad Men. É retratada a vida misteriosa de Don Draper (Jon Hamm), um publicitário brilhante e carismático da agência de publicidade Sterling Cooper, na Avenida Madison, Nova Iorque. Apesar da aparente vida feliz, este esconde traumas do passado que o levam a uma vida de constante fuga ao álcool, ao cigarro e ao adultério.
Ao longo de todos os episódios deparamo-nos com o constante uso do cigarro por parte da maioria das personagens, algo que era encarado como natural e até como símbolo de elegância. Também o recurso ao álcool é frequente. Jerry Della Femina, que trabalhava como redator na época, confirma o ambiente retratado por Mad Men: Imagine um bando de bêbados conversando entre si através de uma nuvem de fumaça – assim eram os anos 60. Para além da publicidade, esta série aborda temas como as manifestações de cultura (ou contracultura), o uso de drogas como a Cannabis e o LSD, o surgimento dos Rolling Stones e dos Beatles, o racismo, o sexismo e a homofobia. Recuamos mais de 50 anos e somos transportados para os Estados Unidos. Os Estados Unidos da Marilyn Monroe, de Martin Luther King e de John F Kennedy. Quando se dão as mortes destas três figuras podemos assistir ao fanatismo dos cidadãos americanos em relação ao seu país. Ficam agarrados à televisão, choram e recusam-se a trabalhar...Também o sentimento de hostilidade para com o Japão, pouco tempo após a fim da II Guerra Mundial, é notório na sociedade americana. É abordada também a guerra do Vietname. Peggy Olson começa como secretária na Sterling Cooper. É o símbolo da emancipação feminina num período de sexismo escandaloso e dominação completa do homem nos cargos mais importantes da sociedade. Representa a verdadeira self-made woman, que com a sua perseverança e trabalho árduo ascende a copywriter. Um fenómeno invulgar se tivermos em conta o ambiente altamente machista daquele tempo. Don Draper será o seu mentor. No primeiro episódio “Smoke Gets in Your Eyes”, a Sterling Cooper tem em mãos a Lucky Strike, famosa marca de tabaco, que se vê forçada a criar uma nova campanha para responder a um artigo que seria publicado a alertar o público dos malefícios do tabaco. Note-se que a publicidade a tabaco era frequente e quase sempre enganosa. Surge o famoso: It’s Toasted. Ao longo dos episódios a agência trabalha com empresas como a Mohawk Airlines, os hotéis Hilton, a Playtex, a Samsonite, a Life, a Kodak, entre outras. Os produtores recuperaram, por vezes, anúncios que na vida real foram postos em prática e adaptaram-nos à série. Mais para a frente, com a evolução da história, outras marcas surgem. Ao assistirmos Mad Men somos transportados para o ambiente frenético das agências de publicidade da época, onde não falta o brainstorming, a insegurança em relação aos clientes, a frustração criativa, a obtenção de novas contas, e também ilustrações vintage e slogans que ficaram no ouvido e marcaram uma época. |
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Junho 2015
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"Quanto mais informativo é o anúncio publicitário, mais persuasivo se torna" David Ogilvy
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